As unidades de saúde de Guaporé estão mobilizadas para ampliar a cobertura vacinal contra a gripe e suas variantes. A vacinação está disponível em todos os postos do município, de segunda a sexta-feira, nos turnos das 7h30 às 11h30 e das 13h30 às 19h30. Para atender quem possui jornada de trabalho em horário comercial ou outras restrições, a sala de vacinação do Posto Central estende o atendimento até as 21h, dentro das ações previstas pelo programa Inverno Gaúcho.
A enfermeira Maiara Lubian Tomé explica que, a partir deste ano, a abordagem sobre a vacinação mudou. “A Campanha nós pensamos que ela tem início, meio e fim, já na estratégia a população de idosos, gestantes e crianças podem estar se vacinando durante todo o ano”, destaca. Agora, o município adota a Estratégia de Vacinação contra a Influenza, permitindo que os grupos prioritários se imunizem em qualquer período do ano.
Segundo dados da Secretaria de Saúde, o público-alvo da campanha atual soma 10.663 pessoas, entre elas idosos, gestantes e crianças. Até o início de junho, o município já havia recebido 8.610 doses da vacina contra a gripe e espera ainda mais 2 mil unidades, que podem ser solicitadas conforme a demanda.
Sala de vacinas do Posto Central de Guaporé
Até o momento, 6.110 pessoas já foram vacinadas, número que inclui o público geral, autorizado a se vacinar nos últimos dias. No entanto, os índices de cobertura entre os grupos prioritários ainda são considerados preocupantes pelas autoridades de saúde.
Entre os idosos, principal grupo de risco, a adesão à vacina está aquém do esperado. “Nós temos 5.319 idosos no município e até hoje, somente 2.572 foram vacinados. Então, é muito abaixo do esperado ainda e isso reflete infelizmente em hospitalizações”, alerta a enfermeira Maiara.
O cenário também é preocupante entre as crianças. Das 1.976 crianças com idades entre seis meses e cinco anos, 11 meses e 29 dias, apenas 720 foram vacinadas, o que representa uma cobertura de 36%. “É uma luta diária que a gente vem tentando vencer para conscientizar a população que precisa se vacinar”, afirma Maiara.
A secretária de Saúde, Juliana Fossá Maschio, reforça a importância da vacinação anual, especialmente diante das constantes mutações do vírus da gripe, que exigem imunizações regulares. Um dos desafios apontados por ela e pela equipe da saúde é o impacto das fake news da desinformação.
“Sabemos que a vacina é feita de vírus inativado e que está sendo inserido no corpo para que se adquira uma imunidade passiva, então não tem como causar a doença”, explica a enfermeira, em resposta a um dos principais mitos que circulam entre a população.
A secretária ainda observa que o movimento antivacina, que ganhou força durante a pandemia, tem dificultado o alcance das metas vacinais, principalmente entre as crianças. A meta estipulada é de 95% de cobertura, mas os números estão distantes disso. “Então esses bolsões de não vacinados são aquelas pessoas que vão estar espalhando a doença e vão acabar infectando os grupos de risco, como as crianças, idosos e gestantes”, alerta Maiara. Segundo dados da secretaria estadual de saúde, no ano passado, a cada cinco pessoas que foram internadas por problemas respiratórios em decorrência da gripe, quatro não estavam vacinadas contra a influenza.
A equipe de saúde faz um apelo à população para que busque os postos de vacinação e contribua para a proteção coletiva, lembrando que a imunização continua sendo uma das formas mais eficazes de prevenir complicações e internações causadas pela gripe.
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